Crianças sentem os impactos da pandemia e pais precisam ficar atentos. Entrevista ao site Movimento Fique Saudável

  • 09/02/2021
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Crianças sentem os impactos da pandemia e pais precisam ficar atentos. Entrevista ao site Movimento Fique Saudável

De uma hora para a outra, sem muitas explicações, as crianças tiveram suas rotinas totalmente interrompidas, deixaram de visitar seus avós, de brincar com seus amigos, de frequentar os parques e as praças.

Assim como os adultos, elas enfrentam o medo, a ansiedade, o mal-estar e o estresse que acompanham uma pandemia, e também podem estar sofrendo os impactos negativos do afastamento físico prolongado, explica Mariana Pedrini Uebel, psiquiatra da Infância, Adolescência e Adultos.

Ela explica que, como as crianças não se expressam verbalmente com facilidade, elas expõem suas emoções de outras maneiras. “É importante que os pais estejam atentos ao comportamento de seus filhos e aos possíveis sinais de alerta, como dificuldade de concentração, irritabilidade, medo, inquietação, tédio, sensação de solidão, vazio e alterações no padrão do sono e na alimentação”, reforça.

Além disso, muitas crianças estão lavando mais as mãos, roendo as unhas, apresentando tiques ou com sintomas regressivos, como voltar a dormir na cama dos pais ou a fazer xixi na cama. Outras podem apresentar um trauma emocional, como o transtorno de estresse pós-traumático, com medo em relação ao vírus e até mesmo receio de serem possíveis vetores causadores da doença. Sem falar no medo de perderem aqueles a que amam.

Mariana destaca ainda o fato de que, com o isolamento, há um risco maior de as crianças ficarem acima do peso ou obesas. Elas estão fazendo menos atividades físicas nas escolas, parques e praças fechadas. E estão mais expostas ao videogame, televisão e outras telas. “As crianças absorvem o que está acontecendo em sua volta e, mesmo que os pais não conversem sobre a pandemia, elas acabam usando a sua imaginação para encontrar uma explicação para todas as mudanças que vivem”, analisa.

Aliás, a tendência dos pais é quererem proteger seus filhos e evitar o assunto, principalmente por envolver temas como doença e morte. Porém, a fantasia a respeito do que vivenciam pode ser pior do que a realidade, diz a psiquiatra. “Não existe uma receita de bolo ou fórmula mágica para lidar com esse assunto com nossos filhos, mas sabemos que o impacto emocional pode ser amenizado se falarmos de forma clara, tranquila e de acordo com cada faixa etária e nível de entendimento da criança”, explica Mariana. A sugestão é perguntar se eles sabem o que está acontecendo, do que têm medo e quais suas fantasias acerca do tema. Isso vai ajudá-los a se aproximar da verdade. Para que as crianças passem por esse período com mais tranquilidade, Mariana sugere que tenham uma alimentação adequada e que possam sair para fazer atividades em contato com a natureza. “Elas precisam se exercitar, andar de bicicleta e patins e tomar sol. Brincar com massinha e argila, pintar com tinta e terem a possibilidade de se sujar, porque não?”, destaca. A expressão por meio da música e da dança também ajuda a diminuir a ansiedade e a tensão nesse período.


Fonte do artigo: https://movimentofiquesaudavel.com.br/criancas-sentem-os-impactos-da-pandemia-e-pais-precisam-ficar-atentos/

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